Bandsintown - EXCLUSIVO: Tokio Hotel volta com Kings of Suburbia e uma nova tour mundial



Membros da banda: Bill Kaulitz (Vocalista), Tom Kaulitz (Guitarrista), Gustav Schäfer (Baterista) e Georg Listing (Baixista)

Na sequência do seu recente espectáculo no The Viper Room em LA, tivemos a rara oportunidade de nos sentarmos com os pop rockers alemães Tokio Hotel, cuja base de fãs, os Aliens, são conhecidos por serem extremamente dedicados. A banda acabou de lançar o seu primeiro álbum em cinco anos, Kings of Suburbia, o qual os levou numa diferente direcção com um novo som e um conjunto de músicas electrónicas viradas para a dança. Eles estão a preparar-se para a sua nova tour mundial “Feel It All: The Club Experience” em Março de 2015. Certifiquem-se que acompanham os Tokio Hotel no Bandsintown para que sejas o primeiro a saber quando é que os bilhetes vão para venda perto de ti.

Estamos também a oferecer a 5 fãs dos Tokio Hotel a oportunidade de ganhar uma polaróide exclusiva e assinada pela banda. Para participares, envia simplesmente um tweet para a @Bandsintown e para a @decodeltd com a hashtag #THxBIT. Vamos sortear 5 vencedores e alertá-los no twitter na próxima semana!


Já passaram cinco anos desde que lançaram um álbum. O que é que acham das novas formas que os artistas utilizam para se promoverem, bem como todos os novos serviços de streaming?
Bill:
Acho que é bom e mau. É bom porque tens o teu próprio meio de divulgação, por isso podes pôr o que tu quiseres e comunicar com os fãs directamente sem ter que haver alguma pessoa pelo meio. Podes comunicar com a tua base de fãs e podes limpar tretas que tenham sido ditas sobre ti, o que é óptimo. Por outro lado, é triste que muitas das grandes revistas já não existam, ou que eles já não tenham dinheiro para fazer óptimas produções fotográficas. Também os CDs, os downloads, o streaming, odeio isso. Fazemos isso porque temos de o fazer, mas odeio essas coisas. Para mim, é melhor comprar um CD. Lançámos um vinil do nosso álbum. Também temos uma cassete. Gostamos de todos estes formatos e pomos muito pensamento e trabalho nos nossos vídeos e na parte artística, mas as pessoas já não ligam mais a isso. É a parte má disso. Consigo viver sem redes sociais, mas devíamos de parar com os downloads ilegais e voltar aos CDs. Isso seria o meu mundo perfeito.


Como é que descreveriam o vosso relacionamento com os vossos fãs e como é que vêem isso agora que o vosso som mudou e estão a ir para um público mais de música electrónica?
Bill:
Algumas pessoas cresceram connosco. Elas são da nossa idade porque nós éramos super jovens quando começámos. Elas agora têm um gosto musical diferente, vêem as coisas de modo diferente tal como nós. Temos uma base de fãs muito forte, por isso vai ser uma aventura connosco. Os nossos fãs dão-nos muito, muito apoio – temos os melhores fãs de sempre! Eles são muito intensos. Também ganhámos alguns fãs – muitos mais rapazes. Voltando atrás, eram sempre muitas raparigas e agora vemos no Youtube que 50% são rapazes que vêem os nossos vídeos!
Tom: Agora que somos um pouco mais velhos e um pouco mais feios, os rapazes estão mais abertos à nossa música.
Bill: O que é óptimo! Não temos um público-alvo ou alguém em específico. Quem quer que goste da [nossa] música e das coisas que fazemos, é tipo, “Bem-vindo aos nossos espectáculos!”. Aumentámos um pouco a nossa base de fãs.

O que é que acham dos fãs mais velhos que comentam chateados sobre a mudança do som?
Bill:
Já esperava isso, há sempre pessoas que gostam de reclamar de qualquer coisa. Mesmo que tivéssemos criado o mesmo álbum que criámos há uns anos atrás, ouviríamos: “Oh meu Deus, eles não mudaram de todo! A mesma merda, eles não se esforçaram nele”. Não nos importamos acerca disso, nunca nos importámos realmente. Com o Kings of Suburbia queríamos fazer um álbum que gostássemos; que reflectisse os nossos gostos e a música que queríamos fazer. Para nós, o que importa é ser autêntico. Se fores direito àquilo que fizeste durante tantos anos e apenas continuares a fazê-lo, isso não é autêntico. Somos todos pessoas, nós mudamos e a vida está a mudar-nos e inspiramo-nos em diferentes coisas. Não consigo ficar preso ao mesmo som em todos os álbuns. Queremos continuar “frescos” e a fazer o que gostamos.


Que tipo de música e que artistas é que vos inspiram, particularmente na criação deste álbum? Há alguém com quem gostassem de colaborar?
Tom:
Há imensas pessoas que adoraria colaborar, mas é difícil de dizer quem é que nos inspirou neste álbum porque estivemos a produzi-lo ao longo de quatro anos. Agora estou muito dentro da onda do Chet Faker e depois há os nossos heróis de infância Aerosmith e Depeche Mode. São tão diferentes, não temos apenas um estilo que amamos. Enquanto artistas e músicos, estamos mais virados para grandes produções e boas músicas, independentemente do artista. Seria óptimo colaborar com os Daft Punk, seria fantástico.


O Kings of Suburbia marca a primeira vez que produziram um álbum por vocês mesmos, foi “refrescante” ter todo esse controlo?
Tom:
Foi refrescante e muito intenso e muito trabalhoso. Uma experiência totalmente nova. Foi por isso que nos levou tanto tempo, porque fizemos tudo por nós mesmos; como escrever músicas, produzir, tocar, tudo.
Bill: Foi a melhor coisa que poderíamos ter feito. Estou muito contente com isso – ter a liberdade, e não ter que depender de um bom produtor e com alguém que poderás nem querer trabalhar mesmo com ele. Colaborámos com alguns compositores e produtores neste álbum, mas, em geral, simplesmente fizemos muita coisa por nós próprios. Especialmente na produção vocal.
Tom: Tudo começou com uma frustração porque inicialmente reunimo-nos com pessoas e começámos a trabalhar em coisas, mas não pareciam bem e não era a música que queríamos fazer. Então decidimos: “Bora construir um estúdio em casa!” e foi aí que tudo começou. A “Stormy Weather” foi uma das primeiras músicas que fizemos e foi ela o guia para todo o álbum. Por causa da nossa frustração, acabou por se tornar tudo fantástico.

No vosso episódio da “Tokio Hotel TV”, disseram que o álbum já estava pronto para sair no ano passado, mas depois começaram a escrever outra vez. O álbum que saiu agora é da primeira ou da segunda série ou uma combinação?
Bill:
É uma combinação; muitas músicas não estavam no álbum de há um ano quando o queríamos lançar. Como a “Love Who Loves You Back” e a “Run Run Run” – não tínhamos estas músicas no início. Estávamos no estúdio e começaram a acontecer coisas fantásticas. Foi do tipo: “Precisamos de mais tempo porque o material que estamos agora a fazer é tão bom e não podemos perdê-lo”. Realmente, é o melhor dos quatro anos de escrita e de fazer música.

A vossa próxima tour chama-se “A experiência em Club”. Significa que vão tocar em espaços mais pequenos? Preferem os espaços mais pequenos do que os espectáculos em grandes arenas?
Bill
: Não necessariamente, amo tocar em frente a imensas pessoas. Gosto de grandes palcos. Quisemos mudar e, uma vez que o álbum é tão electrónico, queremos tornar um club ao vivo num club nocturno; entre 1,000 -2,000 pessoas [tamanho das arenas]. Vai ser pequeno, como a noite onde te vais divertir em vez de um concerto normal. Pensámos que seria fixe termos espaços mais pequenos; os nosso fãs pediram-nos muito. eles querem nos ver e conhecer-nos, por isso todo o conceito é um pouco diferente. E depois, chegamos às arenas nos finais do ano.


Como é que conseguiram formar uma equipa tão grande por detrás de vocês – com a representação da De-Code LTD, distribuição da Universal, publicidade e marketing da 42 West e Total Assault, etc..? Que conselho é que podem partilhar sobre como escolher os parceiros certos para gerenciar a carreira de um músico?
Bill:
A Interscope esteve envolvida no nosso último álbum mas não gostámos do seu trabalho, por isso acabámos com o contrato para este álbum. Às vezes, trabalhas com grandes pessoas e grandes companhias e isso nem sempre é a melhor escolha. Agora trabalhamos com a Agência William Morris para reservas ao vivo (live booking), eles são óptimos. Depende sempre; é também a visão e a visão que se tem enquanto banda e é assim que escolhemos as nossas pessoas. Nunca tivemos um management clássico, sempre tivemos pessoas na nossa lista de pagamento apenas para que tudo tivesse sempre a andar, mas as decisões somos sempre nós que as tomamos. Basicamente, tudo acontece na nossa mesa.
Tom: Também fizemos uma pequena limpeza. Para este álbum, tivemos directores de vídeo, às pessoas que fazem a roupa e tiram fotos para o álbum, a parte artística… é tudo muito com a editora discográfica dos EUA; os amigos e as pessoas que conhecemos já há muito tempo e que amam a banda, são apaixonados por ela e percebem o projecto.
Bill: Odeio ter que lidar com egos. Apenas quisemos trabalhar com pessoas que estão entusiasmadas com a banda e que têm a mesma visão. Na Europa ainda estamos com a Universal Music. Depende mesmo em como é que tu te dás e se funciona. Nem sempre é a maior companhia que funcionar melhor, claramente.

Já lançaram três vídeos musicais para o novo álbum. O quanto é que contribuíram para estes conceitos?
Bill:
Imenso! Fizemos a “Run Run Run” com um dos nossos amigos mais próximos, o John Lucah Fellini. Para esta música foi perfeito porque ele é muito bom a capturar situações íntimas e outras coisas muito puras; foi uma espécie de projecto apaixonado para nós os dois. Trabalhámos com o Chris Morris na “Girl Got A Gun” – queríamos fazer algo diferente e funky, o que levou à ideia de se incluir transexuais. Na “Love Who Loves You Back”, quis filmar uma orgia em massa, mas depois disse ao rapaz que não, que eu queria estar ENVOLVIDO na orgia – não apenas a cantar no background! Ele disse: “Não sabia que querias fazer isso… óptimo, vamos lá a isso”.

Como é que é um dia típico de concerto para vocês?
Tom:
Agora que vamos estar em tour, vai ser: levantar-se a algures da tarde, fazer o soundcheck, e depois disso conhecer os fãs. Na próxima cidade, levantamo-nos, fazemos o soundcheck, conhecemos os fãs, actuamos; talvez joguemos ténis de mesa pelo meio. É praticamente isto todos os dias, exactamente o mesmo.
Bill: Embora seja cansativo. As pessoas não sabem o quão exaustante é a tour. Estamos apenas a tentar manter-nos saudáveis, assim ninguém fica doente durante tanto tempo. Dorme-se sempre no autocarro, nunca se tem um verdadeiro quarto ou um bom banho.
Tom: Não se tem muita luz do dia.

Existem algumas cidades que estejam ansiosos de actuar lá ou elas parecem ser todas a mesma coisa?
Tom:
É mais o local. Em Paris temos um óptimo local, por isso estou ansioso por Paris.
Bill: Nesta tour, vamos tocar em locais muito especiais. Como em Hamburgo, numa linda igreja. Ou temos extraórdinários locais ou clubs legendários. Vai ser interessante, acho que todos vão ter camarins da treta.


Existe alguma aplicação para telemóvel que não conseguem passar sem ela?
Bill:
Instagram, InstaSize, Uber, WhatsApp
Tom: Sou muito antiquado. Não uso nada.
Bill: Ele nem sequer tem instagram! Ele apenas usa o telemóvel para enviar mensagem ou para telefonar.
Tom: Há uma aplicação de notícias que estou sempre a vê-la.

Entrevista e fotos por Mallory Turner

Tradução: CFTH
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