Dortmund: os Tokio Hotel entusiasmam com um profissional espectáculo

Querem mais? Ainda aguentam?“, berra Bill Kaulitz no seu megafone, 20 minutos depois do concerto ao vivo dos Tokio Hotel, em Dortmund, ter começado. Como se ele tivesse alguma hipótese de competir contra 12,000 raparigas aos gritos, no Westfalenhalle.


Parte destas têm estado a acampar em parques de estacionamento perto do recinto há várias semanas, aceitaram com dignidade o cancelamento do único concerto na Alemanha e também agora, na data remarcada, elas voltaram a dormir nas redondezas da entrada durante vários dias.

A tensão acumulada ao longo de vários meses precisava, agora, de ser descarregada. “Querem mais?”, pergunta o Bill, berrando mais uma vez, e exigindo: “Então gritem!” Ressoam 126 decibéis das jovens gargantas que preenchem todo o espaço. O volume previsto aguenta, alegadamente, apenas 90 decibéis dos 126 transmitidos. É uma experiência dolorosa para todos aqueles que não levam tampões nos ouvidos.


Com histórias sobre a busca pelo grande amor, “estas pessoas especiais”, sussurra Bill Kaulitz, na noite de sexta-feira, para os fãs, fazendo o coração de milhares de raparigas, e certamente de alguns rapazes, bater mais forte. Neste momento, os gritos são mais ruidosos. Raparigas de dez anos “exigem” o seu amor ou um bebé em grandes cartazes, enquanto as suas mães, sentadas em filas, cantam em conjunto cada frase do primeiro sucesso da banda: “Ich muss durch den Monsun…”

Incluíndo encore, os Tokio Hotel actuaram durante 90 minutos, deram um espectáculo profissional, com um intenso jogo de efeitos de luz, músicas bem conhecidas dos seus dois álbuns e tudo mais o que era desejado pelos corações dos fãs: saltar, aplaudir, cantar em conjunto e fazer demonstrações carinhosas. “Vocês são as melhores fãs do Mundo“. Os quatro rapazes de Magdeburgo trabalham perfeitamente. Bill, o líder, de ar andrógino e com t-shirt brilhante, penteado espetado como se tivesse levado um choque eléctrico, assegura com uma voz suave e cuidadosa as dóceis melodias. O irmão gémeo Tom, o baixista Georg e o baterista Gustav fornecem o som rock.

A banda termina, pontualmente, o concerto às 22h00. O único na Alemanha. Os quatro jovens seguem viagem para França, Espanha, Portugal e Itália. Os Tokio Hotel são um êxito alemão exportado. Até em Israel e EUA os jovens, subitamente, começaram a aprender a língua alemã, de modo a ficarem aptos a cantar com os seus ídolos. Até agora, só os Rammstein o haviam conseguido.



Tradução: Heinz

Fonte: Müenstersche Zeitung

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