EXCLUSIVO: Bill Kaulitz dos Tokio Hotel aborda a 'questão gay'
[nota do CFTH: entretanto, decidiram mudar o título para "Bill Kaulitz dos Tokio Hotel com as suas próprias palavras sobre mágoa e a procura pelo amor"]
Bill Kaulitz dos Tokio Hotel escreve exclusivamente para o blog SheKnows sobre amor, rótulos e a sua sexualidade.
Então, aqui estou eu. Sentado na minha cama e a escrever sobre o amor. Ao pé de mim, está o meu bulldog inglês, Pumba - o grande amor da minha vida. Quando me pediram para escrever algo sobre o amor, disse logo que sim, mas agora que penso... mas que raio é que eu sei sobre o amor?!
Acho que quis fazê-lo porque desde que me lembro, acreditei nele! Acredito no amor e nada mais do que o amor. O grande amor, o esmagador, o completamente fora de controlo e, acima de tudo, o tipo de amor do "faria tudo por ti".
Porque é que acredito nisso? Não sei, não faço ideia. Tudo o que sei é que acredito.
Desde o tempo em que era um miúdo sentado no meu quarto da casa dos meus pais numa pequena aldeia com 800 almas chamada Loitsche na Alemanha Oriental, onde cresci, consumia-me a pensar nas grandes cidades, a cantar, a estar em palco e a encontrar o meu grande amor. O meu irmão gémeo, Tom, nunca percebeu esta parte. Ele estava-se a borrifar para isso.
Os meus amigos sempre gozaram comigo e quase toda a gente que conheço acha que tenho uma ideia dos contos de fadas sobre o amor e sempre me disseram que não é como nos filmes - que sou demasiado romântico e que isto tudo é fantasia minha. Eles dizem: "Na vida real, o amor funciona de forma completamente diferente!"
As pessoas acham que sou muito ingénuo porque nunca fui magoado e tudo o que penso é que provavelmente elas magoaram-se imenso. É por isso que elas dizem coisas destas. Que alguém lhes partiu o coração ou talvez nunca tenham amado alguém o suficiente e é por isso que elas não se conseguem identificar com o que estou a falar.
O engraçado é que provavelmente sou aquele que se magoou mais se juntarmos estas pessoas todas. Destroçado, completamente destruído, o pior tipo de destroçado que possam imaginar. Pior do que jamais pensaria que me pudesse acontecer. Traído, enganado, aproveitado. Estou a dizer isto sem contar a história toda, claro, mas quero que as pessoas saibam que estas coisas também me acontecem - àqueles que parecem estar "cobertos de ouro" [covered in gold].
Embora ainda esteja a tentar curar-me, sinto que ainda acredito - o que é bom. Ainda acredito na magia, no grande amor da vida. Será que me vai acontecer? Não sei. Pensei que já tinha encontrado uma vez, mas talvez não... mas estou com esperanças porque a esperança é o que nos faz continuar e eu acredito verdadeiramente que o amor é o motivo pelo qual estamos aqui! Não há outro motivo. Apenas o amor!
As pessoas gostam de categorizar e de rotular tudo. Isso é menos perigoso; parece mais seguro. Especialmente na indústria em que estou inserido. Acho que dá a volta à cabeça das pessoas não saberem se está uma mulher ou um homem na minha cama. É por isso que tenho recebido a "questão gay" desde que fiz 13 anos, quando comecei a dar entrevistas. Sempre me perguntei... o que é que isso importa? Pensei que estava aqui para cantar e actuar para as pessoas?
Nunca senti que devia dar quaisquer respostas a alguém sobre isso e diverte-me que dêem tanto importância a isso. No meu mundo, não é tudo branco e preto e acho que a verdadeira pergunta deveria ser: Porque é que nos estão a perguntar isto? O que é que isso importa? Porque é que precisamos de rótulos? Não podemos apenas viver?
Ninguém sabe o que vai acontecer no minuto a seguir, no segundo a seguir. Quem é que sabe para que lado é que me vou virar? Talvez esteja prestes a conhecer alguém que mude a minha vida para sempre e, se isso acontecer, importa qual o sexo delas? O que sei é que o amor é a única coisa bonita que não podemos controlar. Não temos poder sobre ele. Não sabemos de onde ele vem e nunca sabemos quando é que nos vai atingir e isso é a beleza dele.
Então, acho que vou esperar para ver... Espero encontrar a magia, do tipo que cura o que está destroçado e que me dê asas.
O meu único conselho é: Ama quem quiseres amar e ama quem te ama. A vida é demasiado curta.
Mas, mais uma vez, mas que raio é que eu sei?
Tradução: CFTH
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