Com um novo álbum em andamento e com o anúncio de nova etapa de sua turnê “Melancholic Paradise”, 2020 promete ser um bom ano para Tokio Hotel.
A banda, que está prestes a completar vinte anos de formação, é conhecida como um dos grandes nomes do gênero emo pelo público e crítica.
Após passar por mais de 30 países na Europa e Ásia em 2019, o grupo finalmente traz a turnê “Melancholic Paradise” para o Brasil.
O Tracklist foi um dos portais que tiveram a oportunidade de conversar com Bill e Tom Kaulitz, Georg Listing e Gustav Schäfer sobre o que o futuro pode trazer para a banda.
Em nosso bate-papo, Tokio Hotel fala sobre seu próximo projeto (ainda sem data de lançamento), sua passagem no Brasil, fãs e mais. Confira!
Entrevista por Ana Clara Pinheiro
A banda vem postando bastante conteúdo nas redes sociais sobre o próximo álbum. Depois de três anos desde “Dream Machine”, quais são as suas expectativas para o novo projeto e o que os fãs podem esperar dele?
Bill: “Nós estamos muito animados. Pela primeira vez estamos fazendo algo diferente do que estamos acostumados. Sentimos que a indústria fonográfica tem mudado muito. Assim que você lança algo, as pessoas escutam, mas dois dias depois já partem para outra. Por isso, pensamos em prolongar o álbum ao máximo e tocar músicas que ainda não foram lançadas na turnê. O álbum é basicamente uma coleção de músicas que fizemos durante os últimos dois anos e ainda vamos divulgar mais uma antes do lançamento. Nós escolhemos as nossas favoritas e colocamos todas no álbum.”
Como é o sentimento de fazer um novo projeto e saber que outras pessoas vão escutar aquilo que você estava nutrindo por tanto tempo?
Bill: “É super emocionante, eu acho que é um sentimento que nunca vai embora. É o melhor sentimento do mundo quando você escreve algo no estúdio e só consegue pensar: ‘Nossa, essa é a melhor canção que já escrevi’. Depois você fica escutando a música tantas vezes e mal pode esperar para as pessoas poderem escutar também. É muito comovente, até com as três canções que já lançamos. É especial e estressante quando você finalmente consegue compartilhar o que você fez, mas estamos bem mais confortáveis agora que estamos mais velhos e é o nosso sexto álbum.”
O primeiro single do novo álbum, “Chateau”, foi lançado no final do ano passado. No videoclipe existem algumas partes que falam como o amor pode ser algo certeiro desde o começo. Isso acontece com a sua música também? Vocês já se apaixonaram por um conceito, uma letra ou melodia e tiveram que trabalhar nela imediatamente?
Bill: “Normalmente é assim mesmo. Se uma melodia ou canção demora muito para evoluir, eu geralmente me afasto. Sou muito amor à primeira vista, eu acho. Em relacionamentos e em coisas que eu gosto, mas também na música. Eu acredito muito nisso.”
Tom: “Também tiveram algumas que tomaram mais tempo. Por exemplo, existe uma música chamada “Easy” no nosso último álbum “Dream Machine” e eu sinto que produzi pelo menos uns quatro playbacks diferentes para ela. Demorou um bom tempo para resolver o arranjo dessa música. No final, eu acho que é uma das melhores canções do álbum, é uma das minhas favoritas. É diferente, mas a maioria do tempo eu e o Bill persistimos em canções que são fáceis de desenvolver e apenas acontecem, entende?”
O que é dito nas suas músicas sempre foi uma parte importante do que é o Tokio Hotel. Existe alguma letra no novo álbum que tem uma importância grande para vocês?
Bill: “Eu honestamente sinto que todas as canções possuem algo especial, tudo o que eu acabo escrevendo é pessoal. É quase como se eu estivesse sempre tirando sarro disso, tipo: ‘O Bill não pode ser muito feliz porque ele tem que escrever músicas’. É um pouco verdade porque eu sempre preciso ter algum tipo de melancolia, tristeza, algum tipo de decepção amorosa para colocar nas canções. Até agora tudo bem. (Risos)”
Bom, o resultado pode acabar sendo boas músicas, então…
Bill: “Com certeza. Algumas pessoas escrevem diários e coisas do tipo, mas para mim sempre foi a música. Por causa disso, todas elas são bastante pessoais, inclusive as do novo álbum.”
Vocês vão fazer um novo show no Brasil em março depois de cinco anos longe do país. O que os fãs podem esperar da turnê “Melancholic Paradise”?
Bill: “Com certeza será uma jornada. Eu estou muito animado porque vamos trazer músicas que os fãs nunca escutaram, canções que são novas e revigorantes para nós como banda. Nós iremos poder compartilhar com os fãs e ver pessoalmente se eles amam o material. Vamos também voltar ao tempo, trazer músicas que talvez os fãs tenham se apaixonado quando começaram a escutar a banda. Eu acredito que vai ser lindo e emocionante! É um show que nós depositamos muito tempo e amor e mal podemos esperar para dividir com nossos fãs.”
Com a turnê sendo uma homenagem à história da banda, vocês possuem alguma música que não pode faltar de jeito nenhum no setlist do show? Uma que representa vocês?
Bill: “‘Monsoon’ definitivamente é a canção que nós sempre temos que tocar. É uma parte tão grande de quem somos e mudou toda a nossa vida. Quando ela foi lançada foi diferente, tudo mudou. É um marco tão grande na nossa história como banda e nós nunca vamos esquecer. É sempre um momento muito especial no show também! Quando todos estão cantando conosco e eles sabem a letra em inglês e em alemão, é sempre mágico toda vez que tocamos.”
Com a banda chegando a marca de duas décadas de formação, como vocês se sentem sabendo que uma grande parte da sua fã-base cresceu junto com vocês?
Bill: “As pessoas realmente se juntaram, fizeram amizades, viraram famílias e isso é tão lindo. É tudo o que você quer como músico, sabe? Unir pessoas, países e gêneros que compartilham o mesmo amor por uma banda, pela música. Eu amo que nos nossos shows também podemos ver várias pessoas diferentes se juntando com o propósito de se divertir com as músicas. É provavelmente a minha parte favorita de tudo.”
Vocês comentaram sobre como a indústria está mudando rapidamente e parte disso pode ser visto na quantidade de participações que existem hoje no universo da música. Se vocês pudessem colaborar com qualquer artista, qual vocês escolheriam?
Tom: “Isso é difícil de dizer porque depende se existe alguma conexão pessoal ou não. Eu cresci escutando Aerosmith, eles eram meus heróis de infância, então fazer algo com eles seria fora de série.”
Bill: “Eu amaria fazer algo com a Annie Lennox, eu acho que seria incrível. Eu amo Annie Lennox e sempre fui um grande fã do The Eurythmics, seria icônico estar no estúdio, em um mesmo lugar que ela. Eu me sentiria tão intimidado porque ela é simplesmente incrível e tem a melhor voz do planeta, mas eu amaria!”
Os fãs de Tokio Hotel cresceram e descobriram novos gostos e músicas, mas os Aliens brasileiros mostram que os sentimentos que a banda proporcionou nunca serão esquecidos.
Com uma apresentação única no Brasil em março, os ingressos para o show em São Paulo estão quase esgotados mesmo com poucos dias de venda.
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