"Não quero o controlo"
Parte I
21 Fevereiro 2007
A banda de mais sucesso da Alemanha lança o seu segundo álbum. Sophie Albers encontra-se com os Tokio Hotel para a entrevista.
Nota de agenda: Tokio Hotel.
Local: Teldex-Studio no campo de luz de Berlim, num lugar qualquer na residencial-Pampa fora do núcleo da cidade.
Por causa do "completo segredo" estão precisamente a horas três raparigas obrigatórias na entrada, que conversam sobre o facto de não saírem dali, "independentemente do que se passar". A casa branca está entre pinheiros altos, um segurança atravessa-se no caminho.Finalmente dentro. Uma mulher de etiqueta tenta permanecer no horário e encarrega-se do facto de eu e um colega de trabalho podermos ouvir de novo o novo álbum Zimmer 483 antes da conversa. O que não era possível antes por razões de segurança. Entretanto o canal de crianças entrevista a banda. O penteado estilo Manga do Bill vê-se da janela do estúdio.
A banda jovem com mais sucesso da Alemanha são quatro rapazes de Madgeburg, começaram como uma banda de estudantes, tocada alto e com o conceito dos gritos contra as náuseas da puberdade com o claro pop-rock, subiram ao trono pop da Alemanha. As músicas chamam-se Schrei (Grito) ou até Rette mich (Salva-me). Agora ainda lá vêm Spring nicht (Não saltes) e Ich brech aus (Eu fujo). Porque na Alemanha já todos os recordes foram batidos e todos os prémios ganhos, agora é a vez da Europa: o álbum de revelação na França já atingiu estatuto de ouro. O vocalista é Bill Kaulitz de 17 anos, uma maquilhagem mórbida, rapaz magricelo com cabelo fora do normal. O seu irmão gémeo Tom, rastas e calças largas é considerado o bad-boy da banda, toca guitarra e fala com prazer sobre sexo. Gustav tem 18 e não fala de todo com o mesmo prazer com que toca bateria. Georg tem 19 anos, é o mais velho e toca baixo. Fizeram-se famosos por todas as coisas das comunidades de fãs. Consistem particularmente em raparigas, a maioria com 13 anos que rebentam com gritos estridentes logo que os Tokio Hotel aparecem em qualquer lado.
Conhecemo-los, por fim, num salão onde, de outra maneira, estariam admissões para orquestra. Cadeiras expostas em círculo como num grupo de auto-ajuda mas mais estreito.
1. Pode uma pessoa preparar-se para a fama?
Bill [radiante num bom-humor, com uma grande cruz prateada ao pescoço]: Não! Muitas pessoas tentaram-nos preparar para o sucesso e disseram: "Pode ser que passe animal pela manta". Por fim ninguém entende como se torna real. Nós também não.
2. Há contudo, assim como o treino-de-estrela, contacto com os media...
Bill: Aí nós sempre nos defendemos contra. Editoras discográficas tentam fazer isso, querem-te colocar de qualquer maneira. Nós sempre dissemos desde o princípio que vamos para onde a corrente nos leva, queremos sempre dizer a verdade. Não queríamos estar numa gaveta. Queríamos sair, ver o que as pessoas fazem e responder, como fazemos sempre.
3. Houve momentos em que a atenção exigiu demais?
Bill: Há momentos em que uma pessoa pede que o público se vá embora. O que me enerva são os paparazzi. Nunca tinha imaginado isto assim. Antigamente, quando as pessoas estavam excitadas com isto, pensava sempre: " Venham agora, afinal não é assim tão mau. As pessoas estão interessadas." Mas entretanto, acho que é realmente horrível.
Tom [flui com as longas pernas na cadeira, diz na sua t-shirt XXL]: Eles também só estão a fazer o seu trabalho.
4. Quão longe já foram contigo, Bill?
Bill: A mim já me fotografaram nas férias, por exemplo, nas Maldivas. No Jetski. Ou quando estamos a festejar à noite. Aí fotografaram-nos e os animais depois lançaram uma história a dizer que como jovens de 17 anos saíamos à noite. O que é normal, no fundo...
Georg [inclina-se para a frente, interessado]: Mostra-me um jovem na Alemanha que não saia à noite!
Bill: Isso já irrita, que as coisas são postas assim...
5. Mas, mais uma vez, é o trabalho deles.
Tom: Exactamente.
6. Uma pergunta para as fãs: Uma adolescente com aparelho nos dentes tem geralmente uma chance de se aproximar de vocês? O Tom relatou recentemente que uma rapariga foi para o seu quarto de hotel...
Tom: Não quero agora denunciar nenhum truque, mas... [a pedido da editora discográfica retirámos as dicas do Tom]
Bill: Por favor não escrevam isso!
7. Não, não se preocupem.
Tom: Isto não é assim tão pesado. Estão-nos constantemente a perguntar se conseguimos imaginar uma fã como namorada. Em todo o caso...
8. Eu penso antes como é que se consegue passar por todos os tipos de segurança...
Bill: Claro que temos seguranças quando estamos em digressão. Mas quando estamos no quarto, estamos realmente sozinhos, sem qualquer guarda-costas. E eles também não estão à nossa porta.
Georg: Eles também não dormem connosco, no duche.
Bill: Muitas coisas que nós gostamos de fazer, os seguranças decidem. Mas isto é uma coisa que nós levamos a cabo. Eu não quero isso. Eu não quero ser controlado, nem explicar onde vou, porque isso limita. Eu já tenho de qualquer maneira uma esfera privada muito pequena , e lá quero fazer o que me realmente apetecer. Eu não quero esse controlo.
9. Quando as fãs estão realmente à vossa frente, sai geralmente alguma palavra?
Bill: Maior parte da vezes não muito. Então nada ocorre a elas. Mas isso eu também consigo perceber. Se eu me tivesse encontrado com a Nena aos 10 anos, aquilo já tinha dado para mim...
Tom: Por isso eu colecciono há anos perguntas para fazer à Angelina Jolie para o caso de a encontrar alguma vez...
10. Na verdade, estas raparigas também funcionam sem vocês. Elas também gritam quando não estão lá.
Bill: Sim, mas eu espero que elas também gritem quando ouvirem uma nova música nossa. Gritar também é uma sensação de liberdade.
Tom: Tu também gritas quando estás feliz.
11. Sentem-se livres nas vossas decisões?
Tom: Nas decisões em todos os casos, sim.
Georg: Definitivamente.
Bill: Também lutámos por isso um bocado. Precisamente quando uma pessoa é nova não é levada a sério. Como antigamente na escola. Os mais velhos diziam: "Oh, eu já tenho tanta experiência". Uma pessoa tinha de ouvir sempre isto, precisamente o que uma pessoa sente. As pessoas mais novas também têm uma opinião honesta justamente.
Tom: Sobretudo para isso é preciso fazer erros simples . Todas as pessoas querem, quase sempre, excluir isso, mas...
Bill [interrompe-o, fazem-no mutuamente]: Nós dissemos desde o princípio que nós decidimos tudo por si, e queremos realmente ser incluídos em tudo, músicas, concertos, nós fazemos o próprio desenho do palco...
12. É uma lenda popular entre estrelas-pop, este "Nós fazemos mesmo tudo..."
Bill: Sim, mas nós somos de verdade assim.
Tom [interrompe-o]: Isso é realmente um cliché, precisamente quando uma pessoa pergunta a uns quaisquer artistas plásticos que foram lançados juntos «Fazem tudo vocês mesmos?» «Sim, claro». Provavelmente toda a gente diz isto...
Bill: Mas connosco uma pessoa pode seguir atrás melhor, porque os nossos antecedentes também são conhecidos. E como se vê o estilo foi sempre assim. Desde o princípio que eu me defendi quando qualquer pessoa dizia: «Hey, ouve, nós queremos assim e assim...».
13. Alguma vez tiveram alguém que quis mudar concretamente a aparência?
Bill: Quando eu fiz outro penteado, tive por exemplo curto e depois longo, foi um grito animal! A editora discográfica mencionou: «És tolo», e todos à volta disseram «Não, a tua imagem de marca, não podes fazer isso. Oh Deus, que dirão as pessoas?». Depois houve novas fotografias, e todos tiveram preocupações enormes, eu pensava assim: «Hey, gosto dele, vai ficar muito bom.». Sou tão "dono do meu umbigo". Eu simplesmente decidi isto e não perguntei depois a ninguém. E às vezes o grito é maior lá.
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