Tokio Hotel: A Última Exportação Alemã

Rockers de cabelo comprido são o antídoto aos Jonas Brothers





Mudem-se Heidi Klum e Hugo Boss. O novos embaixadores da cultura pop alemã chegaram aos EUA, mas não são o que esperavas.

Tokio Hotel pode soar como um resort japonês, mas é um grupo de quatro rockers cujo cantor é muitas vezes confundido com uma rapariga, mas é, de facto, o gémeo idêntico do guitarrista com rastas. Já estás perplexo? A banda tem dois álbuns nr.1 na sua Alemanha, e a maioria dos membros da banda ainda nem têm idade suficiente para beberem, legalmente, aqui.

A rápida ascensão à fama dos Tokio Hotel, desde tocarem em concertos de escola e casamentos há alguns anos atrás na sua terra natal, Magdeburgo (...), a actualmente esgotarem recintos de concertos em New Jersey, S.Francisco e Chicago, pode discutivelmente ser vista como impulsionada pela Internet. A banda tem acumulado um número de fãs frenéticos, a maioria jovens raparigas que fazem jus ao título do primeiro álbum em inglês da banda, "Scream," a sério -- fazem-no por um mero vislumbre da banda. Wendy é uma jovem fã de Brooklyn, Nova Iorque, mas em brincadeira ela diz, "Ich bin ein Deutsch!" ("Eu sou uma alemã"). Ela acha que a banda é "hot" mas também diz que a música pode ser tão poderosa que fica com lágrimas nos olhos. "Tokio Hotel ist der beste!," ("Os Tokio Hotel são os melhores!") diz Doris, 18, que diz estar a aprender alemão pelo seu interesse na banda.

"Eu gastei mais de $600 dólares na semana passada por todos os bilhetes que eu comprei e pelas viagens que tenho de fazer," disse Kiila, uma estudante de 20 anos que planeia assistir ao máximo de concertos que ela conseguir na tournée da banda pela América do Norte, este mês. Ela passou quatro dias a passear pela Times Square, perto do estúdio da MTV, na esperança de conhecer a banda que recentemente apresentou o programa "TRL".
Como o lançamento de uma resplandescente blitzkrieg (guerra), os Tokio Hotel estão ansiosos por conquistas a costa americana. O seu alargado sucesso pode ser comparado, aqui, como os "Jonas Brothers da Alemanha" -- se os Jonas Brothers tivessem cabelos compridos, aparência de sexualidade ambígua, e sons do pop ao glam rock e ao hip-hop.

O tatuado cantor líder Bill Kaulitz, 18, é raramente visto sem maquilhagem preta nos olhos e com o seu cabelo, também pintado de preto, num penteado desafiador da gravidade, estilo juba de leão. Nascido na Era da Internet e dos jogos de vídeo, ele já parece, astutamente, ciente do poder do visual, e credita a Internet com a expansão da banda para fora da Alemanha. "Principalmente como recém-chegados, é muito importante ter a Internet, onde as pessoas podem falar de ti e ouvir a tua música," diz ele no seu inglês com sotaque. Quando milhares de posts em websites de fãs, blogues e páginas do Youtube começaram a brotar em todo o mundo, a sua gravadora reparou.
"Os fãs fora da Alemanha enviam-nos e-mails, vêm juntos e filmam um vídeo ou algo assim, e dizem por favor venham aqui, Israel, qualquer lado," disse Kaulitz. Então, a banda fê-lo -- não só Israel, mas também França, Itália, Suíça, Rússia e outro países, regularmente esgotando estádios e iniciando um tipo de profecia do nome escolhido para a banda -- que os membros mudaram de Devilish, em 2005 -- que evoca o seu amor pelos destinos estrangeiros.
"Era sonho nosso viajar pelo mundo e tocar em grandes cidades e...," começa a dizer Kaulitz antes do seu gémeo, Tom, interromper, "e ficar em bons hotéis!"

Apesar de, muitas das vezes, os dois completarem os pensamentos um do outro, Tom Kaulitz, que toca guitarra, prefere o look oposto do seu irmão -- roupas largas, um boné de desporto sobre as suas loiras "rastas" e um piercing no lábio. O baterista Gustav Schäfer e o baixista Georg Listing completam os quatro membros da banda.

Adoração: Desde a Internet a cartas com Km de comprimento

Várias fãs admitem terem ficado, inicialmente, intrigadas pela aparência da banda e pelos estilos MASH-UP, mas com insistência algumas ficaram cativadas, outras até mesmo obcecadas, quando ouviram as músicas. Na Alemanha, a banda é um nome da casa, e as raparigas perseguem-nos ao seu estúdio de gravação, escondendo-se com câmaras atrás dos arbustos. Pedaços da paragem de autocarro da escola preparatória dos Kaulitz foram leiloadas na semana passada no eBay por milhares de euros (sem licitações). Uma vez, o quarteto recebeu uma carta de fãs que tinha mais de 11 Km de comprimento. (Eles não leram a carta toda.)

O Instituto Goethe confirma um considerável aumento no interesse nas suas lições da língua alemã por causa da banda, especialmente na sua filial em Paris. O departamento em S.Francisco organizou uma distribuição de bilhetes de concerto este ano, e a directora adjunta Anna Weber disse num dos dias sem qualquer promoção "nós recebemos entre 80 e 120 e-mails. Recebemos imensas chamadas telefónicas, vocês não fazem ideia. Nós pensávamos que eramos desconhecidos aqui."

A Internet tornou mais fácil aos fãs conversarem e partilharem histórias uns com os outros em todo o mundo, que partilham esta paixão. Depois do fim de um concerto, as raparigas metem online vídeos e fotos captados pelas suas câmaras e telemóveis, de todos os ângulos possíveis.

Os rapazes dominaram a qualidade de serem exóticos, e ainda assim abordáveis, online. Eles fazem apelos em vídeo para os fãs votarem nos prémios e semanalmente metem online epísódios da "Tokio Hotel TV" como uma maneira de "levarmos os fãs connosco." A banda esteve parada, apenas momentâneamente, em Março, quando tiveram de cancelar vários concertos para que Bill Kaulitz fosse operaro às suas cordas vocais.

Estes rockers adolescentes estão a acostumar-se à ideia de crescerem em frente aos olhos dos meios de comunicação social constantemente. "Toda a nossa vida mudou de um dia para o outro," diz Kaulitz. "Temos tanta inspiração. Está em todo o lado. ... Então, eu tenho sempre comigo uma caneta e um portátil, e anoto tudo." A banda começou a trabalhar no seu novo álbum, que será lançado em alemão e inglês. A banda escreve e toca a sua própria música, mas é ajudada por uma equipa de quatro produtores. "Somos como uma grande família," disse Kaulitz.

Essa família parece ter aterrado numa vencedora combinação de letras enlaçadas com angústia "emo", embrulhadas num pacote pop-rock. (...) As músicas variam entre hinos pop sonantes a mensagens anti-suicídio a baladas de rock apelativas. Os Tokio Hotel parecem delinear a divisão entre boy-band e ícones do rock, mas onde isso irá, eventualmente, acabar é imprevisível.

Tokio Hotel Vs. Miley Cyrus


"Scream" aterrou nas lojas dos EUA em Maio e alcançou o nr.39 no top Billboard 200, vendendo quase pouco abaixo do estado de multiplatina que a banda adquiriu na Europa, mas não o saberias pela Internet. Este mês, os fãs votaram online para darem aos Tokio Hotel duas nomeações nos Video Music Awards da MTV para melhor artista novo e melhor vídeo pop, colocando a banda contra artistas best-selling como a Miley Cyrus e a Britney Spears. "Nós pensamos que não temos hipóteses, mas já é óptimo estarmos nomeados," disse Bill Kaulitz.
Agora, a banda está apenas estupefacta com a atenção que estão a ter na América. "Os fãs votaram tanto em nós, é um sentimento fantástico," disse Tom Kaulitz. "É algo muito importante para uma banda alemã ter a oportunidade de chegar aos EUA." (...)

Mas para todos os próximos sucessos, pode haver também quem não goste. "Eu não quero que eles fiquem muito famosos aqui," escreveu "Isabella" no site americano de fãs dos Tokio Hotel. "Ficarem muito conhecidos também implica a questão de perderem de vista a sua cultura alemã."

À medida que os fãs aumentam, também o fazem os antis, que criam e lançam vídeos e websites anti-Tokio Hotel. A Internet também tem um lado perigoso. Recentemente em Franla, um jovem rapaz foi preso por alegadamente fazer-se passar por Bill Kaulitz em salas de chat, convencendo raparigas a enviarem-lhe fotos nuas, que ele depois colocou na Web. A banda diz que não têm contas pessoais como o MySpace.(...)

Mas a maioria dos fãs apenas se quer concentrar na parte boa, como uma jovem morena que esperou numa rua da cidade de Nova Iorque para ver a banda quando a visitaram. Ela está a chorar mas a sorrir. "Eu consegui o autógrafo do Bill. ... Eu consegui o seu autógrafo, e eu adoro-os!" chorou ela, enxugando as lágrimas dos seus olhos com as pontas dos dedos de cor néon, apenas mais uma über-contente fã dos Tokio Hotel.



Tradução: Heinz

Fonte: ABC News

Sem comentários: