Charts in France - Tokio Hotel confidenciam: "Estamos chocados com a homofobia que existe em França".


Tokio Hotel confidenciam: "Estamos chocados com a homofobia que existe em França". 

O Pure Charts propõem-vos descobrir a segunda parte da entrevista com os Tokio Hotel, como parte do lançamento do álbum "Kings of Suburbia". A banda agora fala sobre o casamento gay, a homofobia em França, as críticas ao estilo do Bill, a personagem Conchita Wurst e até mesmo os seus projectos a solo...



Com uma canção como a "Love Who Loves You Back" e o seu videoclip demasiado erótico, vocês sabem que podem chocar qualquer um...
Tom: É verdade que ficaram mais chocados do que o que pensávamos! (risos) Com o vídeo para a "Girl Got a Gun", as pessoas também ficaram um bocado passadas... Mas, depois pensei: "Porquê? É o meu vídeo preferido!". Nunca pensei que fossem falar tanto do Toko, o boneco azul, e que fosse chocar assim! E a mesma coisa para a "Love Who Loves You Back", que tivemos a ideia há tanto tempo. É inspirado no filme alemão "O Perfume". Há uma cena em que as pessoas querem matar a personagem principal. Há montes de pessoas a mandar vir com ele. Ele pôs perfume e depois as pessoas começam a amá-lo e a amarem-se todos. Passamos do ódio ao amor. E adorámos essa cena! Queríamos fazer um videoclip que transmitisse esse espírito, que se transformasse numa orgia. Não temos perfume, mas temos a música!

Bill: E é um escândalo as pessoas fazerem um escândalo! Nem deveriam de dizer nada. É apenas amor, é essa a mensagem. Não percebo porque é que as pessoas dizem: "Bla bla bla, há rapazes com rapazes, raparigas com raparigas". Ok, estamos em 2014!

Não sei se sabem, mas a questão do casamento para todos abalou a França. Foi um assunto muito tenso... Isto choca-vos?
Bill: Claro que sim. Fico sempre chocado quando oiço coisas assim. Toda esta homofobia...

Tom: Estamos chocados porque é sempre a mesma velha história...

Bill: Todos têm o direito de amarem quem quiserem, por isso parem com estas questões de género, de religião. Em determinados países, é um problema. Noutros, corre tudo bem e é magnífico! Nem sequer se deveria de pôr esta questão...

Ao fazerem uma música como a "Love Who Loves You Back", queriam ajudar os vossas fãs com a sua sexualidade, a sua identidade?
Bill: Sim. Queríamos dar-lhes confiança. Também sempre fui assim... Odeio que me digam o que fazer, como ser, o que pensar ou o que dizer. Acredito na liberdade. Todos deveriam de ser capazes de fazer o que quiserem, amar quem quiserem. Sempre fui assim e muito bem. 

Exactamente. Bill, sempre tiveste que enfrentar uma data de críticas sobre o teu estilo. Foi difícil lidar com isso?
Bill: O truque está no facto de já estar habituado desde pequeno. (sorriso) Ia para a escola com verniz nas unhas, com maquilhagem... E sempre tive problemas. 

Tom: Eu era o irmão mais velho que se encarregava de o defender no intervalo da escola! 

Bill: Eu era sempre a ovelha negra/diferente dos outros. Olhando para trás, sim, provocava. Talvez provocasse estas reacções. Mas nunca consegui perceber porque é que incomodava as pessoas. Queria mostrar às pessoas que não me importava e assumia e dizia-lhes: "Vão para o c*****o". Já estava habituado e por isso já não me importava quando criticavam o meu estilo. Já não me afectava. 

Já ouviram falar da Conchita Wurst que ganhou a Eurovisão este ano?
Georg: Wurst! (risos) Significa salsicha em alemão! 

Bill: É fixe que ela tenha ganho. Ela tem uma boa voz. É uma linda mensagem! 

Ela dançou no Crazy Horse (cabaré). Pela primeira vez, um homem no centro das atenções de uma revista...
Bill: É muito fixe. É um bom exemplo para as pessoas, para a tolerância.

Tom: Depois de ter ganho a Eurovisão, é mais por causa do seu aspecto do que da música, tenho que admitir. Mas é muito bom! É bom sinal. 

A vossa música mudou. Vocês também. Os meios de comunicação social e e o público ainda continuam a falar muito da vossa aparência. Estavam à espera que chegasse a este ponto?
Bill: Sim! Esperávamos. Depois, como é normal, para mim, a moda, o estilo, a mala, as fotos e tudo isso, já faz parte do pacote, do que tu crias. Apenas precisamos que a música esteja sempre presente. Que não falem do resto. 

Bill, gostavas de ter lançar numa carreira a solo?
Georg: Eu, penso! (risos)

Tom: Eu vou-me lançar numa carreira a solo. 

Bill: Quem? Tu numa carreira a solo?

Tom: Sim, eu e o meu enorme pénis! (todos se rirem). Estava aqui à procura de um nome artístico. Talvez Long Dong Tom! (risos)

Bill: Nunca tinha pensado nisso. Estou bem na banda, mesmo musicalmente, estou bem. Estou feliz, gosto do que faço. Não tenho o desejo de fazer um álbum a solo. De qualquer forma, não para já. Gosto de trabalhar com outras pessoas. Gostaríamos de colaborar com um DJ em breve... Ainda não temos nada planeado. Mas, gostaria de ter uma linha de roupa! Tenho de ter tempo para fazer as coisas bem. Não quero só ter lá o meu nome. Também quero desenhar e essas coisas... Quero que seja algo que dê trabalho. Já há alguns anos que ando a trabalhar em designs. Quando chegar a altura, lanço-a.

Tradução: CFTH

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