ONE com o Tom

2006
À primeira vista o Tom parece cool e descontraído. Ele próprio descreve-se como extremamente impaciente e muito picuinhas. O melhor é não começar brigas com ele e sobretudo deixar a sua família e amigos em paz. Na verdade, é um rapaz estrondoso com um coração de ouro que disfruta a vida, como as citações que se seguem comprovam.

São uma banda já há muito tempo, tocam há anos juntos. Qual é a vantagem disso?
Tom: Quando nos encontramos, ajustamo-nos melhor juntos. Podemos passar por muito juntos. Depois funciona devagar. Demos muita importância a isso.

Como foram descobertos? Como é que tudo começou?
Tom: Na verdade vínhamos do bar de jovens Gröniger Bad. Já lá tínhamos tocado mesmo quando ainda não sabíamos o que era um compasso (um tempo; de música). Bem, nós éramos mesmo [ri]...bastante maus. Mas foi aí que fomos descobertos.

Quando Peter Hoffman, o vosso produtor, vos convidou para o estúdio, já tinham antecipado que tudo iria correr tão rápido e que chegariam até tão longe?
Tom: Quando se é uma banda de garagem e actuamos em acampamentos de cerveja e pequenos bares, então só sonhamos com gravações a sério. Nesse tempo até só tínhamos coisas gravadas que nós próprios espalhávamos por aí. Por isso queríamos em primeiro lugar fazer gravações profissionais. Mas que iríamos ter uma tour nossa, tocar em pavilhões enormes e receber discos de ouro, não pensávamos nada em coisas assim.

Como se originam as vossas músicas? Sentam-se juntos e trabalham nisso?
Tom: Não, não é nada assim. De qualquer maneira isto vai no falso sentido. Nos últimos tempo experienciámos tanto e quando escrevemos músicas sobre situações funciona muito melhor, do que quando nos sentamos e dizemos: "Preciso de escrever agora rápido uma música às três pancadas". As músicas na banda criam-se simplesmente assim, que ou o Bill vem com o texto ou nós temos novos sons, e depois tentamos ajustar tudo direito. Depois trabalhamos junto com os produtores no estúdio. Quer dizer, para o álbum melhorámos as músicas em conjunto e também ainda escrevemos um novo texto.

Consegues-te imaginar a tocar uma música que alguém escreveu especialmente para vocês?
Tom: Não me consigo nada imaginar a fazer isso. Quando arranjamos uma música que foi escrita por outra pessoa qualquer, então não tenho nada vontade de a tocar, afinal não é minha. Em cada música nossa está uma parte de cada um lá dentro. Na música está sempre metido uma pedaço teu. E isso nunca conseguiria fazer se viesse de outra pessoa.

Durou um bocado até aparecer o primeiro single. Tiveram antes com a Sony BMG mas não resultou em nada. Como reagiram quando vos deixaram na altura?
Tom: Nesse tempo tínhamos as gravações feitas e pensámos: "Ok. Contrato discográfico!" E depois foi cancelado. Claro que foi um choque difícil, mas de qualquer maneira a vida continua. E já vimos que funciona.

Estão constantemente em viagem, dão quase todos os dias entrevistas, fazem um monte de sessões fotográficas e actuações na televisão. Não têm problemas com isso?
Tom: Viajamos para lugares que nunca ainda tínhamos ido e conhecemos tantas pessoas. Era isto que sempre quisemos fazer e que agora fazemos. Desfrutamos o sucesso. É uma constante agitação, pelo facto de que esperámos tanto tempo, conseguíamos imaginar aproximadamente os decursos dos acontecimentos e fomos bem preparados para o doutoramento da tour e para a agitação.

Não ficas nada nervoso antes dos concertos?
Tom: Fico, fico sempre nervoso, o nervosismo simplesmente faz parte e acho que isso também não irá mudar. Mas assim que estou no palco o nervosismo todo desaparece!

Como são as vossas rotinas diárias quando estão em tour?
Tom: Na maioria temos dois espectáculos e pelo meio um dia livre para relaxar e desanuviar, e depois de novo dois dias de espectáculo. Depois apenas nos levantamos de manhã, fazemos o soundcheck, ainda damos pelo meio umas entrevistas, tocamos o concerto, dormimos no hotel e vamos para a próxima cidade.

Como é para ti o dia perfeito, se tivesses livre?
Tom: Ver televisão, almoçar e depois dormir de novo.

Estiveste durante muito tempo com o Bill na mesma turma, mas depois foram separados. Porquê? O que fizeram?
Tom: Os professores apenas pensavam que nós fazíamos muita merda juntos e depois fomos transferidos de castigo, ambos para turmas diferentes. Os professores nunca se metiam connosco porque tinham sempre dois contra eles.

Apesar de serem gémeos, cada um tem a sua personalidade. Como descreverias o teu irmão?
Tom: O Bill é divertido e maluco, acho-o bom como ele é. Admiro-o muito. Também temos muitas características comuns, pensamos por exemplo frequentemente nas mesmas coisas no mesmo momento. Também somos ambiciosos.

Sentes falta da tua antiga vida?
Tom: Não, não mesmo! Sempre sonhámos com o grande sucesso. Muito dele, aquele que vivemos nos últimos meses, até excedeu os nossos sonhos mais ousados. Na verdade não pensamos muito na antiga vida.

Pertencem a uma geração de crianças da separação. Achas mal que tantos pais se separem? Como foi com vocês?
Tom: Mau é quando os pais só ficam juntos por causa dos filhos. Em relação às separações acho muito importante que os pais cuidem depois dos filhos e que ambos estejam lá para eles. Acho que eu e o Bill ultrapassámos isso bastante bem, o Georg também. Mas no verdadeiro amor não acredito. Quando as pessoas ficam juntas muito tempo torna-se muitas vezes num hábito.

Tens algum ídolo, algum modelo?
Tom: O guitarrista dos Aerosmith, Joe Perry, é muito fixe. Mas nunca aconteceu admirar de tal modo alguém que me quisesse tornar igual a ele. Na verdade, ainda nunca tivemos verdadeiros ídolos.

Ainda têm, em geral, tempo para ouvir música?
Tom: Andamos muito de carro, por isso. Ou quando vamos de avião. Antes pelo contrário. Ouvimos precisamente muita música.

As vossas fãs e as dos US5 não se dão assim muito bem. Tens alguma explicação para isso?
Tom: É engraçado, pois muitas pessoas que ouvem música pensam: "Agora tenho de achar a outra banda uma merda, porque entre as bandas também há concorrência". Mas sobretudo, este não é o caso. Cada um deve fazer a sua coisa. E coisas como a inveja não existem aqui. Muitos também pensam que andamos a bater uns nos outros nos eventos. Mas não é nada assim. Lá cada um tem de fazer as suas coisas.
Têm muitas fãs, mas também há um monte de páginas de ódio sobre vocês na Internet.

Nalguns eventos até são vaiados e para os críticos são só um produto de marketing perfeito...
Tom: Como músicos deixamos vir raramente críticas de nós. Nós como banda deixamos simplesmente cada um fazer a sua coisa. Nunca iríamos condenar alguém só porque ele representa a direcção da música, não é o nosso género. Por último, é completamente normal que hajam pessoas que não gostam de nós. É assim com qualquer banda e não nos incomoda assim muito.

Como descreverias tu próprio os Tokio Hotel?
Tom: Sou da opinião que fundamentalmente não se devem pôr as bandas em certas gavetas. Um pode ser artista, tanto na Alemanha ou no estrangeiro, sem ser comparado com outros. Pessoalmente, olho para nós como simplesmente uma banda que quer fazer música e que tem imensa vontade de fazer tudo isso.

Já trabalharam no próximo álbum?
Tom: Primeiro damos todos ideias, independentemente de se tornar uma faixa bónus num cd single ou no próprio single... O principal é gravarmos primeiro. Onde vai dar, no princípio ainda não sabemos.

Ainda sem namorada?
Tom: Seria difícil ter uma namorada agora porque estamos muito na estrada. Quando tiver uma namorada, também irei dizer. Mas não a mostrarei publicamente e também não contarei muito sobre ela. Isso deve fica na minha esfera privada.

Consegues-te imaginar a começar alguma coisa com uma fã?
Tom: Claro!

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