Blender Magazine: Spend our cash

“Vou começar a jogar profissionalmente – adeus Rock n’Roll!”

Na véspera de conquistarem os E.U., os rapazes da jovem banda alemã Tokio Hotel apostaram os fracos dólares americanos da Blender, no casino.





Oh mein Gotte! Oh mein Gotte! Oh mein Gotte!” grita Bill Kaulitz, o líder de 18 anos da banda alemã ,emo-metal-pop, Tokio Hotel. As suas mãos, com as pontas dos dedos apontando para o tecto do casino, batendo umas contra as outras como asas de um colibri, o seu cabelo à Sonic rígido demais para acompanhar a sua cabeça bamboleante.

É a última mão do dia dos Tokio Hotel num casino em Hamburgo, onde eles decidiram jogar impiedosamente os 848 dólares que a Blender, generosamente, lhes providenciou. Dispostos à frente de Bill estão o Ás de ouros e o Valete de espadas. Os olhos do cantor, delineados como os de um guaxinim com --- --- maquilhagem, arregalados, enquanto ele guincha “Woooaaahhh! Blackjack!!”

Arquejando, Bill declara, através de um tradutor, “Ganhei tanto dinheiro em tão pouco tempo, vou começar a jogar profissionalmente. Adeus Rock n’Roll!”

À medida que Bill e o resto da banda – o seu gémeo idêntico e guitarrista Tom, o baixista Georg Listing, 21, e o baterista Gustav Shäfer, 19 – se afastam da mesa de jogo, uma multidão de empregados do casino aparecem do nada, com folhas de papel e canetas, as caras fixadas com sorrisos hesitantes.

Os rapazes, que venderam 6 milhões de CDs e DVDs mundialmente e esgotaram concertos por toda a Europa, estão habituados à atenção que lhes é dada. Os gémeos começaram a actuar juntos quando tinham 9 anos de idade. Em 2003, dois anos depois de formarem aquilo que viria a ser os Tokio Hotel, Bill experimentou o gosto da fama ao chegar aos quartos de final da versão alemã do Star Search, onde interpretou “It’s Raining Men”.

No ambiente controlado do casino, fechado para seu uso pessoal, a agitação que normalmente envolve os Tokio Hotel (penso nos Beatles por volta de 1964 e os BackStreet Boys por volta de 1997) foi perfeitamente controlada – há votos de secretismo por parte dos funcionários, carros com vidros fumados e seguranças que vasculham a área antes de a banda chegar. As medidas de segurança são tantas para a banda como para os seus fãs. Uma observação dos mesmos fora dos palcos é provável fazer as fãs explodirem de excitação.

Poderás ser perdoada se nunca ouviste falar dos Tokio Hotel.
Eles não são um fenómeno facilmente compreensível, a não ser que sejas uma rapariga de 14 anos, o teu ponto fraco sejam rapazes andróginos e tenhas o desejo de aprender Alemão. Por causa da banda, o Instituto Goethe, em França, não tem mãos a medir com os pedidos de aulas de Alemão e, como tal, não consegue acompanhá-los. Depois de 5000 fãs Israelitas terem assinado uma petição a pedir que os Tokio Hotel fossem lá, estes voaram até Tel Aviv, onde deram um concerto no qual mais de 20 fãs precisaram de assistência médica durante o mesmo. Em Julho tocaram em frente à Torre Eiffel para mais de 500.000 pessoas. E algures, brilhando no céu, oferecido por uma fã zelosa, está uma estrela chamada Tokio Hotel.

Se a sua recepção irracional em Hollywood e Nova Iorque – cidades onde actuaram 3 vezes em Fevereiro – é um sinal, o seu pequeno reconhecimento pode mudar muito brevemente. Milhares de raparigas ansiosas e nervosas (algumas das quais viajaram 1600 km), esperaram na fila com os bilhetes, algumas meio-dia antes das portas do local do espectáculo abrirem. Provaram a sua devoção cantando as músicas, não só os coros, na sua língua paterna.






(O primeiro U.S Álbum da banda, Scream, sai no fim de Abril)
Claramente, a ansiedade dos Tokio Hotel --- - “Together we can make it while the world is crashing down” (Ready, Set, Go!) – estão conectadas. A admiração foi mútua. “Em Nova Iorque as raparigas vestiam mini-saias sexy – com temperaturas negativas!” Bill ---.
Georg aprova com a cabeça, dizendo “Respeito. Primeira classe.”

Inspirados pelo tema de Casino do 18º Aniversário dos gémeos, em Setembro, os Tokio Hotel acharam que uma sequência de jogos seria a melhor maneira para gastar o dinheiro providenciado pela Blender.
Infelizmente, dada a taxa de câmbio, nós não tivemos muito para oferecer: “É só isto que recebo?”, pergunta o Bill, espantado, depois de lhe darmos a sua parte, que foi de 145 euros. “Ok, para começar não é muito, mas vou ganhar 4000 euros facilmente.” O Georg concorda “Nós temos pensamento positivo quando se trata de vencer e de dinheiro.”

Após algumas voltas da roleta, a táctica dos gémeos de apostarem no vermelho, não está a resultar. Quando o resultado, pela terceira vez, é num número preto, ambos exclamam “Nein!” “Mas tens de entender, “ diz o Bill, movimentando as mãos “Eu escolho o vermelho porque é a cor do Amor. Mas a partir de agora vou escolher o preto, a cor da alma do Tom.”

Quando a bola acerta no número 20 preto, o Tom, que estava apostando no vermelho diz, filosoficamente “Azar no jogo, sorte no amor. Perder encaixa-me, porque tenho muita sorte com as raparigas.” A Blender pergunta o seu segredo: São as suas loiras rastas? As enormes calças descaídas? “É como o nosso sucesso, eu não sei”, diz ele encolhendo os ombros. “Nunca fiz nada para isso.”

Depois de uma sessão de alto risco a jogar ao 21, e a partida das pessoas que procuravam autógrafos, os rapazes contam as suas fichas. A Blender finalmente fica a saber o que eles esperavam poder comprar com os seus lucros. “Uma casa,”, oferece o Georg. “Um carro,” diz o Gustav. “Uma casa num sítio de sol,” adiciona o Tom. “Uma pequena ilha no sul que fosse agradável e acolhedora” diz o Bill.

Embora nenhum deles tenha ganho o suficiente para habitações, a banda dificilmente venceu a casa (casino). Todos saíram vencedores, com um total de “dois mil dólares” (“two thousand dollars”), diz o Georg na sua tentativa de Inglês.

Depois de --- jogadas sobre um enorme €--- ,$---- para o Tom, o vencedor do dia, canta enquanto bate com as mãos no peito “Sou o campeão!” Seguidamente está o Gustav com €---, o Bill com €--- e o Georg com €---. “Georg, só podes comprar uma tenda”, provoca o Bill. “Mas podes ficar na minha casa, no armário com todos os utensílios de limpeza.”

Mais tarde, no Hotel --- ---, os rapazes sentam-se numa sala verde, criada pelos seus bem constituídos seguranças e celebram a sua boa fortuna com um brinde de champanhe. Os funcionários estão entusiasmados e os convidados tentam dar uma espreitadela no Bill.

Falando das origens goth-goes-glam do seu visual, que inspiraram acesos debates com o tema “Ele é ou não é?” (o veredicto: apenas antis pensam que ele é.)

Quando eu era pequeno, no Halloween era sempre vampiro,” diz o Bill, rindo. “Foi aí que comecei a usar maquilhagem e a pintar o meu cabelo.” A Blender admite que um empregado seu, a primeira vez que viu uma imagem promocional do cantor, disse “Ela é boa!” Ser confundido com a Germany’s Next Top Model não é assunto que incomode o Bill, pelo contrário, inspira aquele peculiar movimento de mãos, como se fossem asas de um colibri.

Às vezes é duro ser-se reduzido apenas a ser-se bonito,” diz ele timidamente. “É tudo sobre música. É isso que eu digo aos outros rapazes – assim eles não ficam invejosos.”

Tradução: Heinz & Bella

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