Entrevista: "Nós não somos marionetas!"

"Nós não somos marionetas!"

Para aqueles que ainda não vos conhecem, como é que vocês os quatro se conheceram?

Tom: O Bill e eu começámos a fazer música quando tínhamos 7 anos. Sempre preferimos fazer isso em vez de jogar consola! Dedicavamos a isso todo o nosso tempo livre, as noites, os fins-de-semana. O Bill tocava teclado, porque não tínhamos mais ninguém que tocasse bateria e baixo. Eu conheci o Gustav quando andávamos na Academia, ficámos amigos desde então.

Gustav: E depois, um dia, eu assisti a uma das suas actuações. Quando vi o Bill em palco tocando o teclado, disse a mim próprio que devíamos mesmo alterar isso (ri). A partir daí começámos a discutir isso e eu propus-me a tocar com eles. Foi nesta altura que nos tornámos um grupo.

O que é que vocês gostariam de responder àquelas pessoas que dizem que vocês são um produto de Marketing?

Bill: Oh meu deus! Para dizerem uma coisa tão sem sentido, devem ser pessoas frustradas! Mesmo assim, é a clássica treta que ouvimos no mundo da música. Especialmente na Alemanha, porque nestes últimos anos, como em Inglaterra nos anos 90, existem muitos castings para formarem novas bandas. Existem ainda programas de TV que procuram A próxima banda. De repente, é muito difícil para uma banda que não passou pelo circuito da reality-tv se conseguir impor e ter sucesso. Hoje em dia, é muito difícil convencer as pessoas de que somos uma verdadeira banda, que ninguém nos disse para sermos amigos do Gustav ou do Georg. Em todo o caso, as pessoas não acreditam em nós. Consequentemente, nós fazemos a nossa cena sem nos preocuparmos com estes rumores. A música é uma emoção; se és apenas uma marioneta, como é que podes pôr a tua alma naquilo que fazes? Da minha parte, eu acredito que ponho a minha alma naquilo que faço, por isso zango-me quando as pessoas dizem que aquilo que faço é plástico. Mas a certa altura tens que te distanciar dor rumores, ou és "comido" por eles.


Que relação é que vocês têm com os fãs?

Tom: Se podemos, falamos com eles, assinamos autógrafos... é o mínimo que podemos fazer, porque onde quer que vás, eles estão lá! Às vezes esperam durante horas ou até mesmo passam a noite lá, na rua. Quer esteja frio, chuva, neve, eles estão lá. E depois, oferecem-nos presentes que eles fizeram de coração e alma. Então, dar-lhes um pouco do nosso tempo é o mínimo que podemos fazer para lhes mostrarmos o quanto eles são importantes para nós. Nós gostaríamos de corresponder ao seu amor.

Qual é o presente mais marcante que um fã vos ofereceu?
Bill: É uma pergunta difícil, porque recebemos toneladas e toneladas de presentes. Ficamos muito tocados com as cartas dos nossos fãs. Algumas são mesmo extensas. Há uma que tem 14 Km! É quase um livro com 1000 folhas A4.

Georg: Para além disso, nós recebemos um carro, um Mini Cooper equipado com fotos nossas e com os nossos nomes. Mas é mesmo impossível escolher um único presente, porque todos eles significam algo para nós.

Vocês têm tempo para acederem a fóruns e ao vosso MySpace?

Bill: Tens que ter cuidado nestes fóruns, porque existe muita gente a fazer-se passar por nós, que conversam com os nossos fãs e gozam com eles. Se estamos na Internet, é sempre como grupo e é anunciado oficialmente. Àparte disso, nós passamos muito tempo em blogues dedicados anós ou no nosso MySpace, porque a opinião deles significa muito para nós.

As raparigas são loucas por vocês mas, vocês, qual é o vosso tipo de rapariga?

Tom: É uma pergunta difícil, porque eu não tenho um tipo de rapariga definido na minha mente. Tem de ser um bom sentimento desde o início, uma atracção que inicia a relação naturalmente. Ela pode ser loira, morena, ruiva, isso não importa. Mas com a vida que temos, nós não temos tempo para uma relação amorosa. Pelo menos, uma verdadeira relação amorosa. Ao mesmo tempo, eu não me interessa ser fiél, comprometer-me... Eu, principalmente, quero me divertir. Eu fui feito para muitas raparigas. Muitas raparigas mesmo (ri) ! Eu acho que conseguimos apaixonar-nos muitas vezes durante a nossa vida e que, com sorte, muitas pessoas são feitas para nós.

Georg: Até agora, eu adoraria encontrar uma rapariga que se parecesse com a Angelina Jolie, as gémeas Olsen e a Eva Longoria.

Gustav: Por isso, nós iremos lutar pela mesma rapariga, Georg. (ri)

Bill: Eu adoro uma rapariga que tenha uma óptima aparência, boas unhas e uma pele magnífica. E depois, que seja positiva e divertida. Eu não gosto de curtes de uma noite. Eu acredito realmente no verdadeiro amor, um amor que só encontrar uma vez na vida... se tens essa oportunidade. Porque eu acho que muita gente não o encontra, o que acho muito triste... Eu já conheci raparigas, já me apaixonei. Eu sei o que é ficar apanhado por alguém e ter borboletas no estômago, mas ainda não encontrei amor com A grande.


Bill, tu tens um look único. Sempre gostaste de usar maquilhagem, és tu quem trata das tuas unhas?

Bill: Eu faço isso desde há muito tempo. O Gustav e o Georg nem me conhecem com um look diferente. Eu comecei a gostar de usar maquilhagem quando participei numa noite de Halloween, alguns anos atrás. Eu disfarcei-me de vampiro. E depois, mantive esse look. É parte da minha personalidade.

Quanto tempo é que demoras de manhã, para te arranjares?

Bill: Não muito. Cerca de quarenta minutos.

Vocês têm algum ritual antes de entrarem em palco?
Bill: Não é bem um ritual. O Gustav gosta de ficar sozinho, concentrar-se, ouvir música. No que diz respeito ao Georg, ao Tom e a mim, nós gostamos de estar juntos no backstage antes do concerto começar e stressarmos os três (ri). Fechamo-nos na sala verde por meia hora e ninguém pode entrar. Nem mesmo o nosso manager! Nós imaginamos o pior que pode acontecer, rimos sobre isso e relaxamos.

E quando não estão em palco, como é que passam o vosso tempo livre?

Georg: Jogamos ping-pong e na lotaria.

Tom: E quando estamos em tournée, gostamos de dormir até muito tarde! Excepto o Gustav, que é um madrugador. Mas o Bill, o Georg e eu gostamos de comer, ver TV e dormir. E quando podemos mesmo tirar algum tempo livre, gostamos de ir de férias.

E qual é o vosso destino preferido?

Tom: Tudo o que posso dizer é que adoramos as pequenas ilhas isoladas muito, muito, muito longe daqui (ri).

Dadas as circunstâncias, vocês passam muito tempo juntos. Vocês mantêm amizades fora da banda?

Tom: Sim, claro! Porque é importante para nós podermos falar sobre outras coias para além dos Tokio Hotel. Mas porque temos os mesmos amigos, estamos sempre os quatro juntos. E depois, vamos juntos de férias (ri). Deste modo, sim, Tokio Hotel é a nossa mais bonita história de amizade.

E vocês nunca lutam?

Tom: Oh, nós gostaríamos de o fazer algumas vezes. Especialmente quando o Georg se descalça (ri). Mas a nossa amizade é mais forte que as nossas disputas!

Mesmo que sejam adorados pelos vossos fãs, há sempre alguma coisa que não gostam sobre vocês?

Bill: (ri) Nós não mudámos, somos os mesmos. Temos as mesmas falhas de antes. E temos a mesma relação uns com os outros como tínhamos antes de conhecermos o sucesso. Por isso, mesmo que seja doido ter 18 anos e ver tantas raparigas loucas por ti, há sempre coisas que eu não gosto em mim. Eu não ando na rua dizendo a mim próprio que sou o melhor rapaz do mundo. O Tom fá-lo sempre! (ri)

Tom: Há sempre alguma coisa que não gostamos em nós. Mas isso é normal; nós temos 18, nós procuramos. E para a nossa idade, nós temos muita confiança em nós próprios. Quando eu digo que sou o melhor, não tomo a liderança.

Que lembranças é que vocês guardam da vossa infância? Como é que se descrevem, nessa altura?

Bill: Nós sempre tivemos confiança en nós próprios e no nosso futuro. Temos muito carácter. Começámos a fazer música muito cedo, porque desde crianças que soubemos o que era bom para nós. Não foi sempre fácil. Na escola, não gostávamos de obedecer ao "molde", e foi isso que criou confrontos entre nós e os professores, e os outros alunos. Mas aparte do facto de detestarmos o secundário, passámos momentos muito divertidos.

Tom: Eu, sou sempre louco. Tenho sempre em mim a criança que fui. Felizmente, não existe em pessoa (ri). Ela guia-me todos os dias.

Bill: Mas contrariamente àquilo que os nossos fãs possam pensar, estamos longe de ser perfeitos. Reconhecemos o sucesso que temos, mas não queremos ser um exemplo para as pessoas!



Tradução: Heinz

Fonte: Revista Ciné Téle

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